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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Na banguela do Brasil


Na banguela do Brasil
El'Condor de Oliveira

É coisa que não se explica
Vem muito dante d'eu nascer
É tão muito misteriosa
Razão faz gente mudo ser
Racional inteligência
Evolução darwiana a ver.

O ser nascendo pendente
Da guarida pra ganhar pão
Sofre por ser muito fraco
Darwin não explicou tal ação
Nem mesmo Adão no seu barro
Filosofia da decepção.

Gerou Hércules um mito
Ser forte e de rara beleza
Gerou também eu que choro
E sorridente com certeza
Banguela boca murchada
Suga mama cheia de leveza.

Glândula pura e saudável
Esse branco que me deu vida
Vindo de uma mulher magra
Seio farto pra fluir a comida
Néctar líquido sustenta
Dando saúde a recém-nascida.

Leite jorrando vai o nascido
Ganhando o peso da evolução
Trauma primeiro é guarda
Néctar descendo pela sucção
Leite que nunca acabará
Sem dente ri de contentação.

Mãe dá peito ao ser amado
Para crescer forte e saudável
De bucho cheio vai crescendo
Mãe não nega mama leitável
Depois dorme meu pequeno
No leito deste colo afável.

Como passe de mágica
Uma coceirinha danada
Chorosa, doentinha, mole
De súbito, fica zangada
A tristeza de muita dor
Os dois sofrem, mãe desolada.

Bebê casadinho e mole
Não percebeu seu filho doente
Achou que bebê quer denga
Não entendeu primeiro dente
Capenga de primeira viagem
Ele rasgou gengiva ardente.

Fenômeno espetacular
Filosofia não explica, ciência
Rasga nervura gengival
Dente nasce choroso urgência
Descomunal dor de inferno
Mãe zelosa acode em gerência.

Nu veio Adão lá no paraíso
Pó filosofal barrento
Precisa chorar ao nascer
O dente nasceu hoje relento
Evolução longo riso
Arcada doída, mãe lamento.

Darwin espécies estudou
Não sei, se da arcada dentária
Subespécies nada narrou
Vida humana refratária
Nada da espécie gabiru
Sina classe hereditária.

Entrei nela cria emergente
Cresci no seu ventre fecundo
Gabiru classe mais baixa
Filho fruto do amor profundo
Pequenina semente grão
Mãe chorou, gemeu vim ao mundo.

Ela disse pra que viesse
Evoluiu na vida de gente
Para que fosse no mundo
Num dia futuro meu presente
Que desfizesse na morte
Desta dura infância carente.

Há passo lento evoluindo
Dente nascido, pronto andar
A vida de criança que flui
Feliz no tempo comandar
Passar mundos, sonhos risos
Na evolução ter que viajar.

Passar, sofrer pelo embargo
Tropeça carne bem fraquinha
Apesar do riso solto
Pega pedras de caminha
Espinhos soltos azedos
Lutando por cuia de farinha.

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