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Amargura
El'Condor de Oliveira
Eis que chega outra
manhã, um raio de sol lhe fere
morro lentamente
perdido de amor, parece que o mundo me esqueceu
e uma fera indomável
me chicoteia com chibatadas da solidão
pois foi mais uma noite
de amargura, fiquei embriagado de pavor
vi nascer a aurora
suado e vazio o coração acelerava de dor.
Os espinhos da rosa me
furava, ela que na aridez me desconsola
fazendo de mim, meu
carrasco nas noites chorosas de amargura
me prendendo na
liberdade, pois ela não voa mais
por que suas asas foram
quebradas na quentura da solidão e da amargura
querendo voar no
sonho acordado mais nem andar conseguia
por que o coração não
esvoaçava ferido, ele é só saudade
sangrando pede pra
ilusão acabar
na dor da amargura
rompe o grito do silêncio
querendo ser da morena
amada um pequeno espaço
na dimensão da sua
flor mais nessa amargura
não passo de uma
lagarta, apesar da manhã linda e ensolarada.
Perdido de amargura
uma voz, ouvi meu nome
na escuridão do
pensamento vi o brilho do teu rosto
sem saber se era
miragem ou não
jurava que a campainha
tocou, que ouvi o som dos teus passos
que tua sombra me
abraçou foi só uma ilusão
para completar a
amargura na porta você não estava
e
meu coração explodiu vazio
meu corpo assombrado arrepiou e
mais amargurado ficou
por
ter se enganado, só no escuro
vejo
que sem teu amor vou
morrer, por que morena
só você mudará meu
destino.
Luto pra te esquecer
mais tudo é vão e inútil
pois só penso em você
não me deixa morrer
nessa amargura, por que o desejo, a paixão e o amor
nunca irá morrer no
meu coração
é que teu corpo me segue contemplado de saudade
mesmo que me vejo na
amargura
apesar de ter errado
não me condeno, pois te amo
se meu erro trouxe o
desencanto e me encheu de amargura
não poderei fugir das
noites eternas e escuras
sem tua imagem, sem tua
voz, pois no fundo algo me diz
que há uma chance pra
nós.
Vislumbrado com teu
lindo corpo, andei por terras áridas
travei uma guerra com
meu coração
que amargurado pensou
em desistir mais vai dia e vem noite
vai noite e vem dia me
assombro com o medo
de repente perco todo
ele e cavo no fundo do ser uma escotilha
para fugir da solidão
e da amargura
mesmo meus sonhos sendo
pesadelos e que os anjos escuros
me conduz a morrer na
solidão, sinto que o coração é uma troia
queimando de amargura
dilacerado por teu desprezo
mais sei te esperar e
assim vou jogando na sorte
mesmo nesta escuridão
que plantou
estou desarmado de
ressentimentos mais a amargura tomou conta
por saber rosa morena
que finge que esqueceu de mim
sei que posso ver
renascer a flor, a flor-mais-perfeita-do-amor
que esta flor pode em
mim, residir e viver meu coração de amor.
Basta me tirar dessa
escuridão, deixar me embriagar no teu sorriso
e adocicar a minha
amargura
arrancando o fel que
fere minha língua calando ainda mais minha voz
como posso
esquecer você se respiro teu corpo
não me condeno por te
querer, pois não foi por acaso
que surgiu na minha
vida, assim nasceu o desejo, paixão e amor
nos meu sonhos
desvairados queimei a solidão
com teu corpo junto ao
meu e como sabe tenho um pedacinho dele,
um moreno vestido de
branco vindo de um pesqueiro
não sou nenhum
ingrato, com ele cometo travessuras
querendo apagar a
amargura e no toque das mãos
vou ao delírio e te
amo e por um momento o coração não chora
esquecendo a amargura e
a solidão por que vê o teu sorriso
nos encantamentos do
prazer
diz flor morena como te
esquecer, se sem querer bagunçou meu coração.
Vem morena acaba
esta amargura, dei-me o teu sorriso
não posso te esquecer,
pois teus seios vivem nas minhas mãos
vem tira-me dessa
amargura, sei que não te mereço
mais me perdi no teu
encanto
mesmo nadando no mar bravio tenho teu corpo na minha mão
e vai ecoando nas ondas
uma saudade de mói
que nasceu com o
desejo, que virou uma louca paixão
que desabou no amor,
que virou amargura
que sem cura sangrou
meu coração
mais guardo em segredo
a tua candura, as tuas curvaturas enlaçadas num branco
do qual naufrago a
minha amargura e gozo versos sem rimas
com palavras
masturbadas nos calafrios da noite escura
e nos prantos da
solidão que com o vento entra e fica
me amargurando ainda
mais na embriaguez dessa dor infernal
e na droga da solidão
fujo dela com teu corpo
na minha mão e depois agonizo por ser apenas uma foto
de um corpo moreno
vestido de branco.